No ano de 1989 eu era Presidente do PSB no estado de São Paulo.
Á época um partido de esquerda, o PSB integrava a Frente Brasil Popular, com o PCdoB e o PT, com Lula candidato a Presidente.
A nós coube indicar o candidato a Vice – Presidente na chapa e o nome natural seria o do Senador Jamil Hadad, que declinou da candidatura e por fim o partido indicou para vice de Lula nosso companheiro Antônio Houaiss.
Já iniciada a campanha, Houaiss sofreu uma queda em casa, que o impossibilitou de continuar candidato.
O PT nos impôs então o nome do senador gaúcho José Paulo Bisol, filiado ao PSDB e que aceitaria se transferir para o PSB.
Alguns companheiros do Diretório Nacional, eu inclusive, não aceitamos essa imposição e queríamos oferecer à coligação outro nome de nosso Partido.
Bisol pediu então uma reunião conosco, que acabou acontecendo no Rio de Janeiro, na casa do Sr. Simões, pai do Camarada Reinaldo Guarani Simões, da ALN e sogro do valoroso companheiro Jaime Cardoso, da VPR.
Na reunião Bisol posicionou-se como pessoa de esquerda e disse que era homem de partido e estava disposto a seguir as diretrizes do PSB.
Falou também que, tão logo seu nome foi lembrado para a disputa, passou a sofrer retaliações da imprensa canalha, que começou a achincalhar sua vida pessoal.
Entre outras coisas, foi “taxado” de “Gay” e nos disse: “Não sou, pois se fosse, diria”.
Passaram também a “acusá-lo” de mulherengo e disse Bisol na reunião: “Efetivamente, esse é o único defeito que tenho”.
Silencio geral.
Sem pedir a palavra, levantei-me e declarei em voz alta: “Senador, isso não é defeito”.
Silencio geral.
Emendei: “É virtude !!!!!”.
Gargalhadas gerais, almoço servido e José Paulo Bisol foi candidato a Vice-Presidente de Lula, pelo PSB, na Coligação “Frente Brasil Popular”.
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